quarta-feira, dezembro 01, 2010

Comentário de livro Bíblico: Deuteronômio

Está no Portal Evangélico Compartilhando Na Web 02/07/2007

Autoria
A tradição judaica define Moisés como o autor de Deuteronômio. Aliás, define como livros de autoria Mosaica os 5 primeiros livros da Bíblia que, juntos, são chamados de Pentateuco. Entendemos que o texto tomou forma final muito tempo após Moisés. Assim, o que nos parece plausível é que a tradição confirma a autoria mosaica exatamente por conta de uma situação muito corriqueira no mundo antigo: a ausência de direitos autorais sobre o texto final. Normalmente, quem escrevia, ainda que fosse outra pessoa, atribuía a autoria a quem passou o ensinamento, quer por tradição oral, quer por ter deixado alguns escritos que foram ampliados depois com o auxílio da tradição oral ou pesquisa. Se havia alguém que começou a ensinar daquela forma, quem deu forma final ao texto era esquecido como autor e a autoria do texto era atribuída a quem iniciou ou a tradição oral ou a escrever, ainda que de forma muito resumida.

Por isso a autoria de Moisés não é questionada, quer por ele ter começado a contar a história, quer por ele realmente ter escrito algumas das coisas dos textos do Pentateuco, mas é claro que só muito tempo depois dele que o texto tomou forma final.

Data
A data tradicional para o êxodo do Egito está no meio do décimo quinto século a.C. Moisés, se escreveu algo, dificilmente teria escrito algo antes disso! Definimos essa data para o Êxodo por conta do que vemos em 1 Reis 6.1, que afirma que Salomão começou a construir o templo “no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito”. Entende-se historicamente que Salomão tenha iniciado a construção perto do ano 960 a.C., o que dataria o êxodo por volta do ano 1440 a.C.

Com esses dados, entendemos que o texto do Pentateuco foi iniciado por Moisés por volta do ano 1.440 a.C., e encerrado na época do reino, tanto de Davi que incentivou a escrituração dos livros, como de Salomão, que ampliou esse evento. A data exata não pode ser definida, mas está dentro dos 80 anos dos reinados de Davi e Salomão, antes de 930 a.C.

Apenas ressaltamos que o capítulo final de Deuteronômio, que relata a morte de Moisés, deve ter sido escrito por Josué.

Conteúdo
Moisés tinha então 120 anos, e a Terra Prometida estava a sua frente. Ele tirou os israelitas da escravidão no Egito e os guiou pelo deserto para receber a lei de Deus no monte Sinai. Por causa da desobediência de Israel, ao se recusar a entrar na terra de Canaã, a Terra Prometida, os israelitas andaram no deserto, fazendo com que a saída do Egito até a tomada da terra em Josué, durasse 40 anos. Agora se achavam acampados na fronteira oriental de Canaã, no vale defronte de Bete-Peor, na região montanhosa do Moabe, de vista para Jericó e a planície do Jordão.

Quando os israelitas se preparavam para entrar na Terra Prometida, depararam-se com um momento crucial em sua história - novos inimigos, novas tentações e nova liderança. Moisés reuniu o grupo para lembrá-los da fidelidade do Senhor e para encorajá-los a serem fiéis e obedientes ao seu Deus quando possuíssem a Terra Prometida.
Deuteronômio, ou “segunda lei”, trata-se de uma série de recomendações de Moisés aos israelitas pouco antes da sua morte e ao povo que se preparava para entrar na Terra Prometida. Embora Deus o tivesse proibido de entrar em Canaã, Moisés experimenta um forte sentimento de antecipação pelo povo. O que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e Jacó séculos antes estava prestes a se tornar realidade.
Deuteronômio é proclamação de uma segunda chance para Israel. A falta de fé e a infidelidade de Israel tinham impedido a conquista de Canaã anteriormente. A maioria do povo junto de Moisés à entrada da Terra Prometida não tinha testemunhado as cenas no Sinai (só Josué e Calebe saíram do Egito e entraram em Canaã). Eles haviam nascido no tempo de caminhada pelo deserto. Sendo assim, Moisés os exorta para “entrar e possuir” a terra.

Enquanto essa nova geração de israelitas se prepara para entrar na Terra Prometida, Moisés lhes recorda com vivacidade a fidelidade de Deus por toda a história e os relembra de seu relacionamento singular de aliança com o Senhor. Moisés percebe que a maior tentação dos israelitas na nova terra poderá ser abandonar a Deus e cair na idolatria dos ídolos cananeus.
Para preparar a nação para vida na nova terra, Moisés expõe os mandamentos e os estatutos que Deus deu em Sua aliança. A Obediência a Deus equivale a vida, bênção, saúde e prosperidade. A desobediência equivale a morte, maldição, doença e pobreza. A aliança mostra aos filhos de Deus o caminho para viver em comunhão com Ele e uns com os outros.
Há uma grande chance que o livro encontrado quando da Reforma Religiosa promovida por Josias seja exatamente o Deuteronômio (cf. 2 Reis 22.10).

Esboço de Deuteronômio
I. Prefácio e Declaração Histórica 1.1-5
II. Primeiro Discurso de Moisés 1.6 - 4.40
O passado recordado 1.6 - 3.29
Um chamado à obediência 4.1-40
III. Declaração Histórica e Transicional 4.41-49
Escolha das cidades Refúgio 4.41-43
Introdução ao segundo discurso 4.44-49
IV. Segundo Discurso de Moisés 5.1 - 26.19
Exposição dos Dez Mandamentos 5.1-21
Os acontecimentos no Sinai e seu significado 5.22 - 6.3
“Ouve Israel” 6.4-25
Mandamentos práticos, promessas e avisos 7.1 - 11.25
Exposição das leis cerimoniais 12.1 - 16.17
Exposição da lei civil 16.18 - 18.22
Exposição das leis criminais 19.1 - 21.9
Exposição das leis sociais 21.10 - 26.19
V. Terceiro Discurso de Moisés 27.1 - 28.68
Cerimônia de retificação 27.1 - 26
Sanções da aliança 28.1 - 68
VI. Quarto Discurso de Moisés 29.1 - 30.20
Deus faz nova aliança com o povo 29.1-29
Promessas de Misericórdia 30.1-14
Vida ou morte 30.15-20
VII. As palavras finais e a morte de Moisés 31.1 - 34.12
Perpetuação do concerto 31.1-29
O cântico do testemunho 31.30-32.47
A bênção de Moisés sobre Israel 32.48 - 33.29
A Morte e a sucessão de Moisés 34.1-12

sábado, novembro 27, 2010

Deficiências? Eficiências!!!

Está no Portal Evangélico Compartilhando Na Web 16/06/2006

"Diante de uma vitrine atrativa, um menino pergunta o preço dos filhotes à venda.

- Entre 30 e 50 dólares, respondeu o dono da loja.

O menino puxou uns trocados do bolso e disse:

- Eu só tenho 2,37 dólares, mas eu posso ver os filhotes?

O dono da loja sorriu e chamou Lady, que veio correndo, seguida de cinco bolinhas de pêlo. Um dos cachorrinhos vinha mais atrás, mancando de forma visível. Imediatamente o menino apontou aquele cachorrinho e perguntou:

- O que é que há com ele?

O dono da loja explicou que o veterinário tinha examinado e descoberto que ele tinha um problema na junta do quadril, sempre mancaria e andaria devagar.

O menino se animou e disse:

- Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!

O dono da loja respondeu:

- Não, você não vai gostar dele. Se você realmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente.

O menino ficou transtornado e, olhando bem na cara do dono da loja, com o seu dedo apontado, disse:

- Eu não quero que você o dê para mim. Aquele cachorrinho vale tanto quanto qualquer um dos outros e eu vou pagar tudo. Na verdade, eu lhe dou 2,37 dólares agora e 50 centavos por mês, até completar o preço total.

O dono da loja contestou:

- Você realmente não vai gostar deste cachorrinho. Ele nunca vai poder correr, pular e brincar com você e com os outros cachorrinhos.

Aí, o menino abaixou e puxou a perna esquerda da calça para cima, mostrando a sua perna com um aparelho para andar. Olhou bem para o dono da loja e respondeu:

- Bom, eu também não corro muito bem e o cachorrinho vai precisar de alguém que entenda isso."

Muitas vezes desprezamos as pessoas com as quais convivemos diariamente, simplesmente por causa dos seus "defeitos", quando na verdade, somos tão iguais ou pior que elas e sabemos que essas pessoas precisam apenas de alguém que as compreendam e as amem não pelo que elas podem fazer, mas pelo que são.

Pense nisso.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Comentário de Livro da Bíblia - Números

Está no Portal Evangélico Compartilhando Na Web 25/06/2007

Autoria
A tradição judaica define Moisés como o autor de Números. Aliás, define como livros de autoria Mosaica os 5 primeiros livros da Bíblia que, juntos, são chamados de Pentateuco. Entendemos que o texto tomou forma final muito tempo após Moisés. Assim, o que nos parece plausível é que a tradição confirma a autoria mosaica exatamente por conta de uma situação muito corriqueira no mundo antigo: a ausência de direitos autorais sobre o texto final. Normalmente, quem escrevia, ainda que fosse outra pessoa, atribuía a autoria a quem passou o ensinamento, quer por tradição oral, quer por ter deixado alguns escritos que foram ampliados depois com o auxílio da tradição oral ou pesquisa. Se havia alguém que começou a ensinar daquela forma, quem deu forma final ao texto era esquecido como autor e a autoria do texto era atribuída a quem iniciou ou a tradição oral ou a escrever, ainda que de forma muito resumida.

Por isso a autoria de Moisés não é questionada, quer por ele ter começado a contar a história, quer por ele realmente ter escrito algumas das coisas dos textos do Pentateuco, mas é claro que só muito tempo depois dele que o texto tomou forma final.

Data
A data tradicional para o êxodo do Egito está no meio do décimo quinto século a.C. Moisés, se escreveu algo, dificilmente teria escrito algo antes disso! Definimos essa data para o Êxodo por conta do que vemos em 1 Reis 6.1, que afirma que Salomão começou a construir o templo “no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito”. Entende-se historicamente que Salomão tenha iniciado a construção perto do ano 960 a.C., o que dataria o êxodo por volta do ano 1440 a.C.

Com esses dados, entendemos que o texto do Pentateuco foi iniciado por Moisés por volta do ano 1.440 a.C., e encerrado na época do reino, tanto de Davi que incentivou a escrituração dos livros, como de Salomão, que ampliou esse evento. A data exata não pode ser definida, mas está dentro dos 80 anos dos reinados de Davi e Salomão, antes de 930 a.C.

Conteúdo
Em hebraico, o nome do Livro de Números significa “No Deserto”. O título hebraico é tirado da primeira linha do livro, que era uma forma costumeira de dar nome às obras antigas (quer a primeira frase ou apenas a primeira palavra). O título “Numeroso“ é derivado da versão grega da obra.

O Livro de Números continua o relato do período mosaico, que se inicia com o Êxodo. Começa com Israel ainda no Sinai. A entrada dos israelitas no deserto do Sinai é registrada em Êxodo 19.1. Israel deixa o Sinai em Números 10.11.

Números possui duas divisões principais:
1) a parte contendo instruções enquanto ainda no Sinai (1.1-10.10), como parte da preparação para a viagem que será realizada;
2) a viagem no deserto (10.11-36-13).

Esboço de Números
I. Instruções para a viagem do Sinai 1.1-10.10
Relato sobre a tomada do censo 1.1-4.9
1) Censo militar 1.1-2.34
2) Censo não militar: levitas 3.1-4.49
Instruções e relatos adicionais 5.1-10.10
1) Cinco instruções 5.1-6.27
2) Ofertas dos líderes 7.1-89
3) Levitas dedicados 8.1-26
4) Segunda Páscoa 9.1-14
5) Direção pela nuvem e fogo 9.15-23
6) As trombetas de prata 10.1-10
II. Relato da viagem do Sinai 10.11-36.13
Rebelião e punição da primeira geração 10.11-25.18
1) Relato da primeira marcha do Sinai 10.11-36
2) Queixas do povo 11.1-3
3) Ansiando por carne 11.4-35
4) Desafio para Moisés 12.1-16
5) Recusa a entrar na Terra Prometida 13.1-14.45
6) Instruções relacionadas às ofertas 15.1-41
7) Desafios à autoridade de Arão 16.1-18.32
8) Leis da purificação 19.1-22
9) A morte de Miriã e Arão 20.1-29
10) Do monte Hor às planícies do Moabe 21.1-35
11) Balaque e Balaão 22.1-25.18
Preparo da nova geração 26.1-36.13
1) Um novo censo 26.1-65
2) Instruções relacionadas à herança, ofertas e votos 27.1-30.16
3) Vingança sobre os midianitas 31.1-54
4) As tribos da Transjordânia 32.1-42
5) Itinerário do Egito até Moabe 33.1-49
6) Instruções para a ocupação de Canaã 33.50-36.13

segunda-feira, novembro 22, 2010

Livro: Asif - Perdão

Beatriz é empresária de sucesso, profissional eficiente e mãe dedicada. Somente quando está sozinha em seu quarto é que suas inseguranças, medos e tristezas aparecem. Beatriz desistiu de viver há muito e mergulhara na rotina tentando esquecer suas dores.

Tecnologia era uma das paixões dela, assim, toda manhã ao acordar a primeira coisa que fazia, ainda de camisola, era ligar seu computador. Navegava com a desenvoltura de um adolescente.

Naquela manhã foi surpreendida com a solicitação de adição de um novo contato em seu Messenger. Um rapaz jovem, com olhar triste e um 'nome' curioso - Coddy. Ao aceitar esse pedido, Beatriz começará uma jornada imprevisível que a levará a caminhos cheios de descobertas, sentimentos e opções.

Muitos conceitos e preconceitos serão colocados em questão. Religião, cultura e, acima de tudo, o relacionamento entre duas pessoas que são o oposto da mesma moeda.

Será que ela conseguirá chegar a algum lugar? Existirá algo para Beatriz no final dessa aventura?

Meu Eterno Amor (Here,There And Everywhere) - José Augusto


Meu Eterno Amor (Here,There And Everywhere)
José Augusto
Composição: Lennon/ MaCartney - Versão: Paulo Sérgio Valle

Pra mim o amanhecer
Não amanhece sem você

Vem, me traz o sol outra vez
Tudo que a noite tão longa desfez
Sem teu olhar, que sonhos eu vou sonhar

Vem, me traz o amor que eu perdi
Quero de volta quem nunca esqueci
A solidão machuca o meu coração

A vida quer viver
São as flores te esperando pra poder nascer
Lua que não sabe mais prá quem brilhar
Me traz você pra ficar
Quero em meu peito razões pra viver
Volta pra mim
Ninguém vai te amar assim

Não quero ilusões
Na verdade estou pedindo meu eterno amor
Esse amor presente em todas as canções
Me traz o sol outra vez
Tudo que a noite tão longo desfez
Sem teu olhar que sonhos eu vou sonhar

Corações não são iguais
O meu te amou demais

sábado, outubro 30, 2010

Quem é mais forte?

Está no Portal Evangélico Compartilhando Na Web 26/05/2006
O sol e o vento disputavam força.
O sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte.

O vento disse:

- Provarei que sou o mais forte. Vê aquela mulher que vem lá embaixo com um lenço azul no pescoço? Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você.
O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem.O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava, mais a mulher segurava o lenço junto a si. Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar.

Logo após, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher.

Imediatamente ela esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço.

Então o sol disse ao vento:

- Lembre-se disso: A gentileza e a amizade são sempre mais fortes que a fúria e a força.
Eu sempre falo que, com jeitinho e palavras doces, podemos conseguir tudo. Para que gritarmos com quem está tão próximo da gente? Conquiste tudo usando o seu bom senso, seu amor e sua amizade, são atributos poderosos!

quarta-feira, outubro 27, 2010

Comentário de Livro da Bíblia - Levítico

Está no Portal Evangélico Compartilhando Na Web 18/06/2007

Autoria
A tradição judaica define Moisés como o autor do Levítico. Aliás, define como livros de autoria Mosaica os 5 primeiros livros da Bíblia que, juntos, são chamados de Pentateuco. Entendemos que o texto tomou forma final muito tempo após Moisés. Assim, o que nos parece plausível é que a tradição confirma a autoria mosaica exatamente por conta de uma situação muito corriqueira no mundo antigo: a ausência de direitos autorais sobre o texto final. Normalmente, quem escrevia, ainda que fosse outra pessoa, atribuía a autoria a quem passou o ensinamento, quer por tradição oral, quer por ter deixado alguns escritos que foram ampliados depois com o auxílio da tradição oral ou pesquisa. Se havia alguém que começou a ensinar daquela forma, quem deu forma final ao texto era esquecido como autor e a autoria do texto era atribuída a quem iniciou ou a tradição oral ou a escrever, ainda que de forma muito resumida.

Por isso a autoria de Moisés não é questionada, quer por ele ter começado a contar a história, quer por ele realmente ter escrito algumas das coisas dos textos do Pentateuco, mas é claro que só muito tempo depois dele que o texto tomou forma final.

Data
A data tradicional para o êxodo do Egito está no meio do décimo quinto século a.C. Moisés, se escreveu algo, dificilmente teria escrito algo antes disso! Definimos essa data para o Êxodo por conta do que vemos em 1 Reis 6.1, que afirma que Salomão começou a construir o templo “no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito”. Entende-se historicamente que Salomão tenha iniciado a construção perto do ano 960 a.C., o que dataria o êxodo por volta do ano 1440 a.C.

Com esses dados, entendemos que o texto do Pentateuco foi iniciado por Moisés por volta do ano 1.440 a.C., e encerrado na época do reino, tanto de Davi que incentivou a escrituração dos livros, como de Salomão, que ampliou esse evento. A data exata não pode ser definida, mas está dentro dos 80 anos dos reinados de Davi e Salomão, antes de 930 a.C.

Especificamente no caso de Levítico, que foi a base principal para a definição da Lei (a parte final do Êxodo, Levítico e Deutronômio são os textos fundantes da Lei), podemos datá-lo entre o século XV e XII a. C. E insistimos que, apesar de ter boa parte do texto elaborado, não podemos esquecer que o grande impulso literário em Israel se deu nos Reinados de Davi e Salomão.

Conteúdo
Em hebraico, o o nome do Livro de Levítico significa “E ele chamou”. O título hebraico é tirado da primeira palavra do livro, que era uma forma costumeira de dar nome às obras antigas. O título “Levítico“ é derivado da versão grega da obra e significa “assuntos pertencentes aos levitas”, o que mostra o quanto a atividade levítica poderia ter naquela época uma interpretação maior que apenas os que eram da Tribo de Levi ou que ficavam no Templo (no caso, na Tenda da Congregação e cuidavam das coisas dessa Tenda e de sua locomoção). É fato que os levitas eram os da Tribo de Levi e tinham responsabilidades muito definidas. Mas sabemos também que a atividade levítica é muito mais ampla. Não está ligada apenas à música ou ao cuidado do Templo. Na verdade, levitas são todos. Um grupo possui uma atribuição específica e é chamado dessa forma, mas na prática, nossa vida diante do Senhor e cada atitude e atividade deve levar em conta nosso chamado levítico, pois o próprio livro com esse nome lida muito mais assuntos relacionados à pureza, santidade, todo o sacerdócio, a santidade de Deus e a santidade na vida cotidiana do que apenas com as recomendações a um grupo pequeno chamado de Levitas. A palavra “santo” aparece mais de oitenta vezes no livro.

A teologia do Livro de Levítico liga a idéia de santidade à vida cotidiana. Ela vai além do assunto de sacrifício, embora o cerimonial do sacrifício e a obra dos sacerdotes sejam explicados com grande cuidado. O conceito de santidade afeta não somente o relacionamento que cada indivíduo tem com Deus, mas também o relacionamento de amor e respeito que cada pessoa deve ter com o seu próximo. O código de santidade permeia a obra porque cada indivíduo deve ser puro, pois Deus é puro e porque a pureza de cada indivíduo é a base da santidade de toda a comunidade da Aliança. O ensinamento de Jesus Cristo - ”Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mateus 7.12) - reflete o texto de Levítico 19.18, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Algumas vezes, o Livro de Levítico tem sido encarado como uma obra de difícil compreensão. Entretanto, de acordo com a tradição primitiva, foi o primeiro livro a ser ensinado para as crianças na educação judaica. Ele lida com o caráter e a vontade de Deus especialmente em assuntos de santidade, que os sábios judeus consideravam de importância primária. Eles sentiram que, antes de proceder a outros ensinamentos, as crianças deveriam entender sobre a santidade de Deus e a responsabilidade de cada indivíduo pra viver uma vida santa.

Outro tema principal do Livro de Levítico é o sistema sacrificial. Os holocaustos referem-se ao único sacrifício que é totalmente consumido sobre o altar e, portanto, algumas vezes é chamado de oferta queimada. As ofertas de manjares são ofertas de tributo, feitas a fim de garantir ou manter o favor divino, indicando que os frutos do trabalho de uma pessoa devem ser dedicados a Deus. Os sacrifícios de paz ou das graças são designados para fornecer expiação. O sacrifício pelos erros é empregado para tirar a impureza do santuário. A oferta pela culpa ou oferta de compensação, é preparada para a violação da santidade da propriedade de Deus ou de outras pessoas, normalmente pelo uso de um falso testemunho. Os erros profanaram a santidade de Deus e é exigida uma oferta.

Além dos sacrifícios, o calendário litúrgico tem uma posição significativa no Livro de Levítico. O Ano de Descanso (o sétimo ano) refere-se à emancipação dos escravos israelitas e pessoas endividadas, bem como à redenção da terra (ver também Êxodo 21.2-6; 23.10,11; Deuteronômio 15.1-18). O Ano de Jubileu refere-se ao fato de que as terras de Israel, bem como o povo, pertencem a Deus e não a qualquer indivíduo. As terras, portanto, devem ter um descanso depois de cada período de quarenta e nove anos (Levítico 25.8-17), o que ensina o domínio de Deus, a santidade de Seu caráter e a necessidade da congregação se aproximar Dele com pureza de coração e mente.

Esboço de Levítico
I. A descrição do sistema de sacrifícios 1.1-7.38
Os holocaustos 1.1-17
As ofertas de manjares 2.1-6
Os sacrifícios de paz ou das graças 3.1.17
A Expiação do pecado 4.1-5.13
O sacrifício pelo sacrilégio 5.14-6.7
Outras instruções 6.8-7.38

II. O serviço dos sacerdotes no santuário 8.1-10.20
A ordenação de Arão e seus filhos 8.1-36
Os sacerdotes tomam posse 9.1-24
O pecado de Nadabe e Abiú 10.1-11
O pecado de Eleazar e Itamar 10.12-20

III. As leis das impurezas 11.1-16.34
Imundícias dos animais 11.1-47
Imundícias do parto 12.1-8
Imundícias da pele 13.1-14.57
Imundícias de emissão 15.1-33
Imundícias morais 16.1-34

IV. O código de Santidade 17.1-26.46
Matando por alimento 17.1-16
Sobre ser sagrado 18.1-20.27
Leis para sacerdotes e sacrifícios 21.1– 22.33
Dias santos e festas religiosas 23.1-44
Leis para elementos sagrados de louvor 24.1-9
Punição para blasfêmia 24.10-23
Os Anos do Descanso e do Jubileu 25.1-55
Bênçãos por obediência e punição por desobediência 26.1-46

V. Ofertas para o santuário 27.1-34